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Pernambuco agora tem Dia Estadual do Choro

                                                             Foto: Walmir/Divulgação-Fundarpe

Pernambuco agora tem um dia seu para celebrar o choro, gênero musical que consagrou no Estado nomes como João Pernambuco, Tia Amélia, Zé do Carmo, Rossini Ferreira, Luperce Miranda, Quincas Laranjeiras e Mestre Chocho, entre tantos outros músicos, musicistas, cantores e cantoras do estilo. Criado por meio da Lei 14.178/2021, de autoria do deputado Waldemar Borges, o Dia Estadual do Choro João Pernambuco, proposta pioneira em todo o Brasil, será celebrado no dia 16 de Outubro, e leva no seu título uma homenagem a um grande mestre do choro pernambucano.

O anúncio público está marcado para o dia 25 deste mês, durante a Grande Roda de Choro no encerramento do Festival do Choro João Pernambuco, que terá as gravações realizadas em estúdio e o encerramento no Teatro do Parque, seguindo as recomendações para prevenção da pandemia. A iniciativa conta com recursos da Lei Aldir Blanc, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE).



A ideia da criação desta data foi do coletivo Isto é Choro!, grupo que reúne grande parte dos artistas que sentiam falta de uma data oficial que demonstrasse a importância deste estilo musical no Estado. O coletivo é liderado pelo produtor cultural Wagner Staden; por Walmir Chagas, criador do personagem Véio Mangaba, artista e pesquisador cultural; e pelo artista Betto do Bandolim.

“A ideia surgiu em 2017, a partir de um movimento de valorização do choro no Estado que tomou impulso com a titulação do Mestre Chocho (in memorian) como Patrimônio Vivo de Pernambuco”, explica Wagner Staden, que trabalhou como produtor do Mestre Chocho nos últimos anos.

Foto: Fer Veríssimo /Secult PE

Betto do Bandolim é músico, arranjador e compositor, “um chorista completo”, nas palavras do Véio Mangaba. Para ele, assim como o Rio de Janeiro, Pernambuco sempre foi um polo fortíssimo no choro. “Desde a galera que saiu daqui, como o mestre João Pernambuco, Tia Amélia, Quincas Laranjeiras, até a geração anterior a minha, como Rossini Ferreira e Canhoto da Paraíba”.

“Muitos músicos daqui foram pra o Rio de Janeiro ensinar o pessoal porque o choro da gente tem um sotaque diferente. Como temos uma diversidade musical fora do comum, nosso choro lembra o baião, xote e frevo, diferente do carioca, que é mais focado no samba”, revela Betto do Bandolim.

A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) acompanhou de perto o processo e deu todo o apoio e aval junto à Alepe e ao Governo de Pernambuco para a criação da Lei.

“Pernambuco agora pode dizer que tem uma data sua para celebrar o choro, gênero que nos deu a oportunidade de gerar aqui no nosso estado mestres como João Pernambuco e o saudoso Mestre Chocho, além de vários outros artistas consagrados e que seguem na linha de frente de defesa desse nosso patrimônio”, comemora Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe.

HISTÓRICO - No dia 21 de setembro de 2020 foi realizada uma assembleia virtual aberta ao público, e com a participação de várias personalidades do choro pernambucano, com a proposta de escolher uma data para celebrar o Dia Estadual do Choro.

“A gente já realizava o Recife Carinhoso, evento com vários choristas do estado para celebrar o Dia Nacional do Choro, no dia 23 de abril, nascimento de Pixinguinha. Depois tivemos a ideia de fazer o Festival João Pernambuco, em 2016, como forma de valorizar o choro daqui do Estado. A partir daí surgiu a ideia de criarmos um dia estadual para celebrar este ritmo que também é pernambucano”, conta Betto do Bandolim.

Foi escolhido então o dia 16 de outubro, data de falecimento de João Pernambuco, o maior nome do violão e do choro de Pernambuco e um dos maiores nomes da música brasileira.

De acordo com Walmir Chagas, a escolha de João Pernambuco como homenageado é porque o nome ajuda muito. “Quem tem um nome desse ligado ao seu Estado? Só Canhoto da Paraíba, e inclusive estamos incentivando nossos amigos paraibanos do choro a criar uma data estadual deles”, comenta o artista.

Segundo Walmir, normalmente se escolhe a data de aniversário de uma pessoa nas homenagens, mas como o aniversário de João Pernambuco cai no Dia de Finados houve uma resistência a essa data. “Pesquisei então outras datas importantes envolvendo sua biografia, e a escolha final foi a data do seu encantamento, porque artista não morre, artista se encanta”.

“Paralelamente, procuramos Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe, com quem tivemos uma reunião para tratar do assunto, e ele deu todo o apoio institucional e se comprometeu em colaborar com a criação da data”, destaca o Véio Mangaba.

Com a data escolhida, a proposta foi apresentada ao deputado Waldemar Borges, que elaborou o projeto de Lei aprovado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). “Dos deputados que estão com mandato na Alepe, ele é uma das pessoas mais envolvidas com a música, e conhece muito o pessoal do chorinho, além de ter sido relator da lei que criou o Dia Estadual de Ciranda (10 de maio)”, completa Walmir Chagas.

Informações: Secult PE

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