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Escritor Fabrício Carpinejar defende Pernambuco de comentário xenofóbico de Alexandre Frota

Foto:Reprodução/Facebook
O poeta, jornalista e escritor, Fabrício Carpinejar, se manisfestou através da sua conta no instagram contra o comentário xenofóbico do ator pornô e deputado eleito Alexandre Frota. No texto, Carpinejar reafirma a poesia e cultura de Pernambuco falando do frevo, do Galo da Madrugada, de Manuel Bandeira e Chico Science e o movimento manguebeat.
Confira o texto na íntegra:
SÓ PODIA SER MESMO DE PERNAMBUCO
Fabrício Carpinejar

Só podia ser de Pernambuco a poesia geométrica de João Cabral, o teatro da vida real, a morte e vida severina. Só podia ser de Pernambuco o frevo, o maracatu, o Galo da Madrugada, a alegria ecumênica. Só podia ser de Pernambuco os bonecos de Olinda, o olhar oceânico do alto das igrejas e dos muros brancos. Só podia ser de Pernambuco a literatura de cordel, o raciocínio rápido do repente, a magia dos violeiros. Só podia ser de Pernambuco Manuel Bandeira e a Estrela da Manhã. Só podia ser de Pernambuco Nelson Rodrigues e o seu carinho pelos vira-latas mancos. Só podia ser de Pernambuco a infância misteriosa de Clarice Lispector, a descoberta da leitura. Só podia ser de Pernambuco Chico Science e o movimento manguebeat. Só podia ser de Pernambuco a cerâmica de Francisco Brennand e seus 1001 dias iluminados de esculturas e azulejos. Só podia ser de Pernambuco o modernismo de Cícero Dias, que já dizia em sua pintura: “Eu vi o mundo... ele começava no Recife”. Só podia ser de Pernambuco a pedagogia de Paulo Freire (do oprimido, da libertação, do compromisso, da autonomia e da solidariedade). Só podia ser de Pernambuco o cinema inovador de Kleber Mendonça Filho (“O Som ao Redor” e "Aquarius") e de Cláudio Assis (“Amarelo Manga” e “Febre do Rato”). Só podia ser de Pernambuco a irreverência contagiante de Chacrinha. Só podia ser de Pernambuco a sociologia de Gilberto Freyre, profeta do multiculturalismo. Só podia ser de Pernambuco Vavá, o peito de aço, bicampeão mundial de futebol. Só podia ser de Pernambuco Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Só podia ser de Pernambuco o abolicionista Joaquim Nabuco.
Tem razão. Só podia ser mesmo de Pernambuco

Amannda Oliveira

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