A visita da presidenta Dilma Rousseff aos estados de Pernambuco e do Ceará nesta quarta-feira (08) pode ser interpretada como um “puxão de orelha” nas empresas responsáveis pelas obras da Transposição do Rio São Francisco. Recebida pelos governadores Eduardo Campos e Cid Gomes e acompanhada dos ministros da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, e dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, Dilma exigiu mais celeridade às construtoras envolvidas.
A presidenta afirmou que o Governo Federal fez o seu dever de casa ao renegociar e rescindir alguns contratos que apresentaram divergências e, por isso, atrapalharam o cronograma das obras. Para completar, mandou um recado claro às empreiteiras. “Fizemos a nossa parte e agora vocês vão fazer a de vocês. Nós negociamos, resolvemos os problemas técnicos que haviam e agora queremos resultados", disse Dilma, durante visita à Barragem de Areias, em Floresta (PE).
“A reação dos empreiteiros foi muito boa, sobretudo porque o Governo Federal assegurou que tem caixa para garantir a execução das obras”, disse o governador. Eduardo anunciou que a presidenta volta a Pernambuco ainda este ano para uma nova visita à Transposição. “É uma obra que ela vai acompanhar pessoalmente”.
Dilma também enalteceu o “freio de arrumação” dado no ano passado por Fernando Bezerra Coelho o que, segundo ela, possibilitou a remobilização em vários canteiros. "Durante todo o ano de 2011, o ministro reconstruiu as condições para a obra poder deslanchar sem problemas", explicou a presidenta.
A comitiva inspecionou e sobrevoou várias frentes de trabalho ao longo dos eixos Norte e Leste do Projeto de Integração do São Franscisco (PISF). Como estava previsto, não houve palanque, discursos ou qualquer tipo de solenidade. “Eu não vim aqui fazer cerimônia, vim trabalhar”, resumiu Dilma. No final da tarde, foi convocada uma reunião com os representantes das empresas no município de Juazeiro do Norte (CE).
O PROJETO – Espinha dorsal de diversas de obras deabastecimento d’água como a Adutora do Agreste e o Ramal do Agreste, a Transposição vai levar água para 12 milhões de nordestinos que vivem no Semiárido. Tem cerca de 700 km de extensão e é composta por canais, barragens, estações de bombeamento e túneis. “A presença da presidenta reafirma a prioridade da União com o projeto São Francisco e a segurança de que os recursos estão reservados. Agora inauguramos a fase da entrega”, destacou o ministro Fernando Bezerra.
O PISF, que hoje emprega 3,9 mil trabalhadores, contará até junho – pico das operações – com 6,5 mil operários. “É muito importante que a presidenta traga todos os ministros e as autoridades envolvidas com esta obra, que é fundamental para o Nordeste. Estou feliz, foi muito produtivo nosso encontro, sobretudo porque agiliza o desenrolar das obras e garante muitas oportunidades de trabalho”, avaliou Eduardo.
“Estamos aqui para sinalizar para o Brasil a importância de um investimento público, e vamos tirá-lo do papel. Não há justificativa nenhuma para esses investimentos não saírem. Essa é uma obra estruturante e prioritária para o Nordeste”, concluiu Dilma.
NOS TRILHOS – Amanhã, Eduardo e Dilma vão visitar canteiros de obra da Ferrovia Transnordestina nas cidades de Parnamirim, São José do Belmonte e Salgueiro, todas no sertão pernambucano. A previsão é que a presidenta decole de Salgueiro rumo a Brasília por volta das 17h30.
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