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Pessoas com paralisia voltam a andar após estimulação elétrica em neurônios

Arte: Pixabay

Nove pessoas com paralisia grave ou completa causada por danos na medula espinhal voltaram a andar ao receberem estimulação elétrica em um grupo específico de neurônios. Em um estudo publicado na revista Nature, os pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Lausanne, descrevem as células responsáveis pela recuperação da marcha nesses pacientes, nomeadas por eles como SCVsx2::Hoxa10. Segundo os cientistas, a identificação dessas estruturas é um grande passo no tratamento de reabilitação dos movimentos.

Os neurônios descritos são um subconjunto de células conhecidas com V2a, presentes no tronco cerebral e na medula espinhal. Já se sabe que elas estão envolvidas em vários aspectos da locomoção e da movimentação de membros em pessoas sem lesões na região. Porém, o papel-chave do grupo na recuperação da marcha era desconhecido até agora.

Os nove pacientes do artigo participam, há algum tempo, de um estudo sobre estimulação elétrica epidural (EES), uma técnica desenvolvida meio século atrás para alívio de dor na coluna. Basicamente, o método consiste em implantar eletrodos sob o músculo e os ossos acima da dura-máter — a membrana mais externa do sistema nervoso. Esses dispositivos disparam correntes elétricas capazes de ativar neurônios da medula espinhal. Por isso, a abordagem tem sido utilizada mais recentemente nas pesquisas de reabilitação da função motora.

No laboratório Neurorestore do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, os cientistas, coordenados por Grégoire Courtine e Jocelyne Block, utilizaram a EES em seis pessoas com lesão grave — quando algumas conexões neuronais ainda estão preservadas, apesar da ausência de movimento — e em três com paralisia total. Durante cinco meses, os pacientes fizeram o tratamento, baseado em um novo eletrodo desenvolvido pela equipe. Enquanto recebiam a estimulação, todos foram capazes de andar com auxílio de um suporte robótico.

Fonte: Diário de Pernambuco

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