Foto: Marlon Diego/SDEC.
O Governo de
Pernambuco encontrou uma alternativa para movimentar a produção do polo de
confecções do Agreste, fortemente impactado pela suspensão das atividades para
combater o coronavírus. O Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções em
Pernambuco (NTCPE) produziu e passou a fornecer um caderno técnico com
protótipos de equipamentos de proteção, como batas e máscaras, e que podem ser
inseridos na linha industrial das fábricas. O documento descreve modelagens e
insumos necessários para produzir cada produto. A medida tem como base dois
pontos importantes: utilizar a base industrial já instalada e usar
matéria-prima existente na região, inclusive com fornecedores locais. Cerca de
50 empresas já vêm cumprindo o protocolo para começar a produzir.
O setor têxtil e
de confecções do Agreste movimenta, por ano, quase R$ 6 bilhões, além de ocupar
cerca de 250 mil pessoas, entre empregos formais e informais em todo o Estado.
Atualmente, é responsável por uma produção anual de mais de 225 milhões de
peças. De acordo com o presidente do NTCPE, Wamberto Barbosa, trata-se de um
projeto que prevê a reocupação de uma estrutura atualmente ociosa na região,
devido ao coronavírus, e que pode aproveitar a demanda de atacadistas e do
varejo que não tiveram impedimentos de continuar operando, como supermercados e
farmácias. Outro canal de vendas no radar é o das redes sociais.
“O enfrentamento
ao coronavírus impactou a economia global, mas a capacidade instalada do polo
têxtil tem flexibilidade para atender essa nova demanda. A gente precisou
pensar caminhos para reverter a situação e esse é um deles. Muita gente tem se
reinventado nessa crise, então estudamos um modelo de produção que tivesse uma
demanda que sustentasse a atividade e os empregos, mas que também permitisse
aderência massiva do setor produtivo de confecções”, destacou.
O caderno técnico
para produção de batas e máscaras pode ser solicitado aos gestores do NTCPE e
também está disponível para download no site da instituição (https://www.ntcpe.org.br/). Vale ressaltar: em tempos de crise, a adaptação
é uma medida positiva, porque não exige investimentos no ajuste da estrutura
das fábricas e utiliza matéria-prima que já está nos estoques das empresas ou
de fácil acesso, que são materiais com base no algodão (meia malha e
moletinho). Atualmente, esse insumo é utilizado principalmente na produção de
roupas de bebês.
Wamberto ressalta
que esses produtos não têm os requisitos para atender os profissionais da
saúde, mas estão aptos para a população em geral e, também, para serviços
essenciais fora da área médica, como segurança pública (policiais e bombeiros),
de coleta de lixo e outras atividades que não conseguiram parar totalmente.
Segundo ele, as empresas já estão se sensibilizando para essa necessidade.
Selo de Qualidade
Apesar da
alteração na produção e de ser uma novidade para boa parte das empresas, o
padrão de qualidade seguirá sendo monitorado, reforça Maíra Fischer, secretária
executiva de Políticas de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco. “São manuais
de produtos novos, de protótipos analisados e estudados para atender a
população. Vamos acompanhar e, na medida em que as empresas forem se
interessando, deverão passar os protótipos fabricados para o NTCPE, que vai
emitir um selo de qualidade e liberar a produção em escala.” O governo também
estuda uma linha de crédito para o setor, que será ofertada via Agência de
Empreendedorismo de Pernambuco (AGE).
Em paralelo, o
NTCPE vai buscar os canais de venda para movimentar essa produção nova, seja
compras do governo ou o próprio atacado e o varejo que não foi impactado com a
suspensão das atividades, que é o caso de supermercados e farmácias. “As
empresas também devem reforçar a divulgação em seus canais próprios”, detalha
Wamberto Barbosa.
ASCOM/SDEC
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