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Cepe lança roteiro do filme “A história da eternidade



Para o deleite dos amantes do cinema, o roteiro original do primeiro longa de ficção do cineasta pernambucano Camilo Cavalcante, A história da eternidade, foi publicado pela Cepe Editora chegando às principais livrarias (inicialmente as virtuais nestes tempos de coronavírus) nesta última quinta-feira (26). O filme, lançado em 2014, recebeu 27 prêmios em festivais no Brasil e no exterior. Agora ganha espaço em outra plataforma, com a formatação adaptada para o projeto gráfico do livro. Foi considerado um dos mais premiados da cinematografia pernambucana.

Filmado em 2012 em Santa Fé, Distrito de Pau Ferro, Sertão de Pernambuco, o filme conta a história de três mulheres: a adolescente Alfonsina (interpretada por Débora Ingrid) cujo maior desejo é conhecer o mar; Querência, de 40 anos (vivida por Marcélia Cartaxo), que enterra o filho e o amor, logo na primeira cena; e a idosa Das Dores (Zezita Matos) que reprime a sexualidade com devoção cristã.

“A beleza se mostra na fotografia, na música, nas roupas e adereços da direção de arte, no corpo dos atores. Mas, sobretudo, na articulação desses e de outros elementos colocados em cena. Ou seja: a beleza precisa de um diretor. Em A história da eternidade isso começa com o roteiro, excepcional”, diz o escritor e pesquisador Paulo Cunha, ao destacar também a generosidade dos planos gerais. De um lugar ermo do Sertão o cineasta projeta a narrativa para o universal. Portanto, a história de Alfonsina faria sentido em qualquer outro lugar do mundo com essa semelhança geográfica.

Já a escritora e professora na Universidade da Beira Interior, em Portugal, Ana Catarina Pereira, enaltece a qualidade da obra com entusiasmo: “Há filmes que mudam a vida de quem assiste, pela estranheza, pela empatia, ou pelos laços contidos neles. É o caso de A história da eternidade”. O escritor João de Mancelos, professor na mesma universidade lusitana em que Ana Catarina ensina, também enaltece o talento de Camilo na elaboração do roteiro e destaca sua capacidade de criar tensão entre as personagens.

Para o comentarista da GloboNews Artur Xexéo o roteiro do pernambucano é poesia em forma de cinema. Para ele a cena mais impactante é a do Tio João, interpretado pelo ator Irandhir Santos, que surge maquiado, sem camisa, vestindo uma calça estampada e dublando Ney Matogrosso na canção Fala, hit dos tempos de Secos & Molhados. “A performance de Irandhir não é apenas a grande cena de A história da eternidade. É uma das grandes cenas da história do cinema brasileiro”, diz o crítico, que qualifica o filme como um dos melhores da segunda década do século XXI.

Entre tantas vozes credenciadas para opinar sobre o trabalho, Camilo surge numa breve introdução para dizer que sua intenção na obra foi submergir fundo na emoção. “Este filme se propõe a ser um exercício de delicadeza, a usar do cinema como um instrumento latente de poesia, com todas as implicações dessa palavra no sentido libertador, de subversão da realidade, de inconformismo com a estreita sociedade que nos cerca”, resume.

Sobre o autor
Camilo Cavalcante é diretor, roteirista e produtor. Formado em jornalismo pela UFPE, estudou roteiro na EICTV, em Cuba, e finaliza Mestrado em Cinema na UBI, em Portugal. Realizou 14 curtas-metragens, com mais de 130 prêmios em festivais. É também diretor e produtor da instalação Retratos, do Museu Cais do Sertão, e dirigiu para o teatro O cão sem plumas. Para a TV, realizou séries como Olhar, Índios no Brasil, Anjos no Brasil e Luz do Sertão: 100 anos de Luiz Gonzaga.

Em razão da pandemia do novo coronavírus, todas as livrarias físicas da Cepe estão fechadas, mas a loja virtual da editora (www.editora.cepe.com.br) permanece com seu atendimento aos clientes inalterado.

Preço do livro: R$ 30 (impresso) e R$ 9 (e-book)

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