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Dia do Patrimônio em Pernambuco é marcado por prêmio, frevo e titulação dos novos Patrimônios Vivos

Jan Ribeiro/Fundarpe

Um dos maiores templos da cultura pernambucana, o Teatro de Santa Isabel foi palco nesta quarta-feira (17), Dia Nacional do Patrimônio Histórico, da cerimônia de entrega do 1º Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco, e também da diplomação dos trinta e nove Patrimônios Vivos do Estado, incluindo os três mais novos contemplados neste ano: a repentista Mocinha de Passira, a Troça Carnavalesca Mista Cariri Olindense e o cineasta Lula Gonzaga.
Aberta ao público, a solenidade, que integra a 9ª Semana do Patrimônio Cultural, contou com a participação de vários mestres e mestras da nossa cultura popular, membros do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural, além de representantes de diversas instituições ligadas à cultura no estado.
Representando o poder público, a secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, a superintendente do Iphan/PE, Renata Duarte Borba, a presidente da Fundarpe Márcia Souto, o secretário de Cultura do Estado Marcelino Granja, entre outros.
Premiado ao lado das ações “Patrimônio PE Mobile”, na categoria Promoção e Difusão, e “Criação de Arquivos Públicos municipais no Estado de Pernambuco”, na categoria Documentais e Memória Cultural, o gestor do Paço do Frevo, Eduardo Sarmento, que venceu na categoria Formação, destacou a importância do Prêmio para o patrimônio cultural do Estado e lembrou que “a salvaguarda do bens culturais é um dever de todos, uma vez que eles expressam e traduzem o que há de mais belo em nosso país para todo o mundo”.
Cada um dos três primeiros colocados recebeu um prêmio no valor de R$ 20 mil. Graças à qualidade dos trabalhos apresentados durante as inscrições do prêmio e por indicação do Conselho Estadual de Preservação, três iniciativas foram agraciadas com menções honrosas: o “Laboratório O Imaginário: design a serviço da preservação”; o livro “Lagarta Richelieu”; e o projeto “Cinemas do Recife”. 
A cerimônia também foi marcada pela titulação dos trinta e nove Patrimônios Vivos do Estado. Foi a primeira vez que eles receberam um diploma que, segundo a presidente da Fundarpe Márcia Souto, é uma forma de materializar a titulação. “É uma imensa satisfação estar nesse palco do Santa Isabel mais uma vez. Ano passado estivemos aqui para lançar o edital do Prêmio Ayrton de Carvalho e, neste ano, estamos aqui novamente para reconhecer as iniciativas que, assim como nós na Fundarpe, se preocupam em preservar o nosso patrimônio. A proposta da premiação tem tudo a ver com o tema da 9ª Semana do Patrimônio Cultural, que nessa edição se propôs a discutir a participação social na preservação patrimonial. O papel de preservar não pode ser atribuído a ninguém isoladamente. Entendemos na Fundarpe que essa responsabilidade é compartilhada e que só o entendimento coletivo nos levará a construir e implementar políticas públicas mais efetivas”, disse Márcia.
Segundo a presidente da Fundarpe, até o final deste ano serão eleitos mais seis Patrimônios Vivos, referentes aos anos de 2015 e 2016 (por conta da destituição do CPPC, não foi possível elegê-los nesse período). Márcia também confirmou a modificação na Lei do Patrimônio Vivo para que, a partir do edital de 2017, o número de vagas de Patrimônios Vivos subirá de três para seis eleitos. “O governador Paulo Câmara aprovou a mudança na lei do Patrimônio Vivo e, em breve, poderemos agraciar mais mestres da nossa cultura”, garantiu.
Visivelmente emocionada, Mocinha de Passira agradeceu a homenagem e disse que ele faz jus ao seu ofício. “Estou vivíssima e em plena atividade”, comemorou. O maestro Ademir Araújo, convidado a falar em nome dos demais Patrimônios Vivos, ressaltou a importância da lei do Patrimônio Vivo para o Estado e frisou “que é preciso expandir cada vez mais essas políticas culturais para que o artista pernambucano tenha mais reconhecimento e espaço”.
“Esse é um momento de celebração da cultura pernambucana, e precisamos festejar as conquistas, que são resultado do talento e da luta do povo, celebração das políticas públicas culturais implantadas em nosso Estado que, cada vez mais, visam dar visibilidade à riqueza cultural e patrimonial de Pernambuco”, pontuou o secretário estadual de Cultura, Marcelino Granja. Em sua fala, que discorreu sobre o momento de “crise civilizatória e do capitalismo” em que vive o mundo, o Brasil e Pernambuco, o secretário finalizou ressaltando a importância do trabalho dos fazedores de cultura, mestres e mestras que estavam ali presentes, para uma transformação com vistas em uma sociedade mais justa e democrática.
De acordo com ele, tanto a primeira edição do Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho quanto a nomeação dos novos Patrimônios Vivos só foi possível graças à atuação dos membros do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CPPC), que, recém-empossados, têm contribuído “para missão de preservar e difundir o legado cultural pernambucano”. Granja ainda assegurou que, até o final do ano, serão lançados os editais da segunda edição dos Prêmios Ariano Suassuna e Ayrton de Almeida Carvalho.
A Troça Carnavalesca Mista Cariri Olindense encerrou a cerimônia e, com uma orquestra de frevo e vários passistas, fazendo todos os presentes entoarem seu famoso hino. “Lá vem o Cariri ali/ Com saco de pegar criança/ Pegando menino e moça/ Pegando tudo o que a vista alcança”.
A programação da 9ª Semana do Patrimônio Cultural, que inteiramente gratuita, segue até o próximo sábado (20). 
Fundarpe

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