Advertisement

Facebook

O lado B de Capiba é revisitado


Dono de uma obra digna de reverências, contabilizando mais de 200 composições, Lourenço da Fonseca Barbosa inscreveu sua história na música brasileira sob o nome Capiba, se tornando o mais conhecido compositor de frevos do país. No entanto, ele foi bem mais além do frenético ritmo carnavalesco pernambucano. Capiba também compôs valsas, choros, baiões, toadas e inúmeras outras canções que retratam um outro lado do inconteste talento musical do artista, natural de Surubim. Parte desse legado ganha nova roupagem, no disco “Capiba, Elas e Outras Canções”, que será lançado neste sábado (25), com um show no Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu), a partir das 20h. O projeto é uma realização da Sambada Comunicação e Cultura e tem incentivo do Governo de Pernambuco, através do Funcultura.

São 10 canções, quase todas “lados B” da obra de Capiba, que ganharam novos arranjos e as vozes de 10 cantoras da atualidade para interpretá-las. No show deste sábado, cinco delas sobem ao palco: as pernambucanas Cláudia Beija, Ylana Queiroga, Rogéria, Karynna Spinelli e Solis. No disco, além delas, mais duas pernambucanas, Vanessa Oliveira e Alessandra Leão, além de Juçara Marçal (SP), Nana (BA) e Fernanda Cabral (DF). Cada faixa contou com um arranjador diferente, vestindo sua canção com uma identidade bem particular. Fazem parte do time de arranjadores nomes como Juliano Holanda, Yuri Queiroga, Caçapa, Hugo Linns, Ivan do Espírito Santo, o grupo Metá Metá, entre outros. Isso conferiu ao trabalho uma diversidade de ritmos, que vão da bossa nova ao samba e maracatu, até mesmo ska, num passeio de timbres, entre o orgânico/acústico e o eletrônico. Essa miscelânea sonora ganhou unidade através pelas mãos do experiente Missionário José, produtor musical do disco.
A escolha do repertório teve a consultoria do pesquisador Renato Phaelante, especialista nas discografias de Capiba e de nome como Nelon Ferreira, Antonio Maria e outros. O foco, segundo Paloma Granjeiro, da Sambada Comunicação, era dar visibilidade às canções menos conhecidas de Capiba. “Resto de saudade” e “Serenata Suburbana” são as exceções, consagrados clássicos do compositor. As demais são do repertório de Capiba ainda pouco explorado, mas muito tocante da sua obra. “Nossa intenção era justamente mostrar ao público esse lado de Capiba, que tinha uma infinidade de belas canções, que dão pano pra manga. E para dar essa cara mais original, resolvemos convidar cantoras que tem um trabalho consistente, mas ainda novo, fora do mainstream”, explica Paloma.
Escolhido o repertório, chega a hora de vestir as músicas. Cada arranjador escolhido imprimiu sua marca à canção escolhida. “Sem pressa de chegar”, com arranjo de Yuri Queiroga e cantada pela irmã Ylana, ganha uma surpreendente versão em ska. A baiana Nana foi a única das cantoras que também arranjou a música que interpretou. “Ai de mim” conta apenas com ela e Missionário José, numa levada com programações eletrônicas. Já o maestro Ivan do Espírito Santo deu um dos arranjos mais clássicos do disco, em “Resto de saudade”, interpretada por Solis, assim como “Campina, Cidade Rainha”, interpretada por Fernanda Cabral, com arranjos de Marcos FM. Juliano Holanda, arranjador de “Eh! Uá calunga”, na voz de Karynna Spinelli, resgata a ligação de Capiba com a tradição do maracatus. O grupo Metá Metá conferiu autoralidade ao arranjo criado para “Serenata Suburbana”, na voz de Juçara Marçal.
O show deste sábado é uma adaptação do disco “Capiba, Elas e Outras Canções” e traz mais duas músicas: “Frevo Ciranda” e “Não Quero Mais”. Com direção musical de Juliano Holanda, a banda que acompanha as cantoras é composta por Guga Fonseca (teclado, samplers e sintetizadores); Rogério Victor (baixo elétrico e acústico) e Gilú (percussão) e o próprio Juliano (viola, violão e guitarra). O show terá, ainda, a participação de Fernando Rangel (baixo acústico) e Roberta Belo (oboé).
SERVIÇO
Lançamento do CD “Capiba, Ela e Outras Canções”
Show com Cláudia Beija, Ylana Queiroga, Rogéria, Karynna Spinelli e Solis
Sábado (25), às 20h
Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu)
Entrada franca

Fundarpe

Postar um comentário

0 Comentários

Comments

...