Foto: Andrea Rêgo Barros
Em um Cinema São Luiz cheio, uma sessão de cinema se transformou em uma noite de conscientização sobre os danos causados pelo crack. Foi dessa forma que a Prefeitura do Recife lançou a campanha 30 segundos contra o crack, nesta segunda-feira (5). O projeto utiliza como arma de enfrentamento uma campanha de prevenção ao uso da droga através de vídeos de meio minuto produzidos por cineastas pernambucanos que serão exibidos durante a programação das redes de televisão locais.
Idealizada pela Secretaria de Segurança Urbana do Recife, a iniciativa é uma das ações do Plano Municipal de Atenção Integrada ao Crack e outras Drogas e do Pacto Pela Vida do Recife. O projeto contou com a parceria da ONG holandesa Fundação Van Leer, voltada para a defesa dos direitos de crianças e adolescentes, e com o Centro Josué de Castro.
Segundo o prefeito Geraldo Julio, esta ação reforça o comprometimento da gestão no combate ao uso de drogas e faz parte de um conjunto de ações do Pacto pela Vida do Recife. “No início do meu governo lançamos o Pacto, e que somado a outras atividades que a prefeitura desenvolve tem uma atuação integrada de combate às drogas. Não só ação de polícia, mas ações de prevenção, são extremamente importantes. Aqui juntamos vários cineastas para realizar filmes que certamente vão tocar muitas pessoas. De maneira inovadora no Brasil, lançamos essa campanha audiovisual na esperança de somar forças para vencer esta guerra”, declarou o gestor.
Para o projeto foi destinado o valor de R$ 10 mil por filme, fruto da parceria com a Fundação Van Leer e o Centro Josué de Castro. Além do material audiovisual, também foi produzido um site para reforçar a campanha (www.30scontraocrack.com.br), que contém seções informativas de como ajudar ao usuário junto aos endereços e telefones dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) especializados no tratamento da droga. “Oito olhares formam um discurso muito maior do que um único, então a ideia foi investir nessa multiplicidade. O resultado além de abrangente é múltiplo, então com isso conseguimos chegar a diferentes parcelas de público, e esse é o objetivo do projeto, comunicar com o maior número de pessoas possível”, ressaltou o jornalista André Dib, curador do projeto.
Nomes conhecidos do cinema local como Antônio Carrilho, Camilo Cavalcante, Kátia Mesel, Kleber Mendonça Filho, Marcelo Lordello, Marcelo Pedroso, Neco Tabosa e Tuca Siqueira, foram os responsáveis pela concepção dos nove filmes que irão ser veiculados gratuitamente em todas as emissoras de TV de Pernambuco. De acordo com o secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcanti, os vídeos irão permitir que este debate chegue de forma mais direta às pessoas.
“Queremos promover a reflexão nas escolas, nas casas, alertando e orientando as pessoas sobre os perigos do crack. A linguagem que os cineastas utilizaram vai ser muito facilmente absorvida pelos jovens, e vai ser um mecanismo de alerta muito importante para a sociedade”, destacou.
Com sessão gratuita, o lançamento reuniu cerca de 400 pessoas que encheram a plateia do histórico Cinema São Luiz. Entre os presentes, participantes do Conselho Regional de Psicologia, Conselho Estadual de política sobre drogas, Secretaria de Defesa Social do Estado, e de várias ONG’s de prevenção às dependências. A médica e assessora da presidência do Uruguai, Raquel Peyraude, também prestigiou o evento.
POLÍTICA DE ENFRETAMENTO – Em novembro de 2013, o prefeito Geraldo Julio instituiu o Plano Municipal de Atenção Integrada ao Crack e outras Drogas, o primeiro do tipo lançado por uma gestão municipal. A iniciativa reúne 14 secretarias e toda a sociedade civil em um grande esforço conjunto, cuja meta é promover a qualificação e a ampliação do atendimento da rede de assistência social. Entre as ações está a implantação de dois núcleos do Programa Atitude Municipal, com previsão de atendimento de 2,7 mil pessoas por mês e acolhimento a 130 usuários.
Além disso, serão feitas ampliações dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) de oito para 18 até 2016. Já o número de Centros de Referência Especializada da Assistência Social (Creas) subirá de três para seis no mesmo período. Também serão erguidos mais dois centros que cuidam de pessoas em situação de risco e vulneráveis – atualmente dois já estão em funcionamento.
Também estão previstas parcerias com a rede complementar não governamental para acolhimento, tratamento e reinserção social de 120 usuários de crack, álcool e outras drogas; bem como a ampliação do número de Casas de Acolhida. Funcionam atualmente dez unidades no Recife. Até 2016, o município passará a contar com 23, o que significa um aumento de 289 para 490 acolhimentos.
Informações: PCR
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