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Morre Zé da Macuca, aos 67 anos no Recife

Foto: Hilton Marques

A cultura pernambucana está de luto. Morreu aos 67 anos, o geólogo José Oliveira Rocha, o Zé da Macuca. Ele estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Joana, no Recife.

Em 1989, Zé fundou o Boi da Macuca, uma agremiação cultural, sediada em uma fazenda chamada Macuca, localizada em Correntes, no Agreste do estado. Um espaço conhecido por abrigar a todos e realizar eventos como o São João da Macuca e o Festival Macuca das Artes.

Mais a alegria de Zé não ficava apenas no interior. Em Olinda, ele comandava a agremiação, o Baile da Macuca, uma prévia de carnaval, em Olinda, e o Forró da Macuca, prévia de São João, na mesma cidade.

Ganhou as ruas com o Boi da Macuca e também fazia a festa no Festival de Inverno de Garanhuns. Uma pessoa que tinha o amor pela arte e a alegria pela vida como marcas registradas.

A notícia da sua morte foi dada pelo seu filho no Instagram Oficial da Macuca que reproduzimos na íntegra abaixo:


"Minha vida é andar
Por esse país
Pra ver se um dia
Descanso feliz

Guardando as recordações
Das terras onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei"

Os versos de Hervé Cordovil, consagrados na voz de Luiz Gonzaga, refletem muito da vida do Capitão Zé da Macuca.

Filho de José da Rocha Sobrinho e Otacília Oliveira Rocha, herdou a Fazenda Macuca, na zona rural de Correntes, e apreendeu a lidar com a terra e o gado. Mas foi em 1989 que se inspirou para transformar o lugar em um verdadeiro e forte relicário cultural. Percebeu que ali existia um Boi mágico, muito além e imensamente mais altivo do que todo o gado que pastava no cercado.

A partir de então, Zé Oliveira (ou Rocha como era conhecido na geologia) se transformava em Zé da Macuca, um dos maiores ativistas de arte e cultura de Pernambuco.

Guiado pelas referências máximas, Luiz Gonzaga e Dominguinhos, sua paixão era a música nordestina e seu carinho maior era o São João. Pela cultura popular nordestina, dedicou a vida. Com ela rodou o mundo, inclusive em terras estrangeiras. Também com ela resolveu homenagear o Carnaval de Olinda, levando o inusitado cortejo de forró de sanfona para a terra do frevo.

Da geologia à cultura, conquistou uma multidão de amigas e amigos pelas muitas terras por onde passou. Uma multidão que se transformou em uma corrente de positividade nos últimos dias e que certamente levou serenidade para nosso capitão.

Zé deixou um legado cultural vivo! O Boi e a Macuca transpassam gerações e continuarão a missão iniciada por ele. Missão esta que não tem fim. Era este o desejo e era este o tom de muitas conversas nos últimos tempos. A Fazenda também permanecerá sendo uma fortaleza cultural pulsante.

Zé, seu descanso pode ser imensamente feliz, seu brilho aqui foi profundo, seu amor aqueceu inúmeros corações entre nós e sua criação mágica será eterna.

Os clarins anunciam: a festa hoje é no céu!

"E a saudade no coração!"

Viva Zé da Macuca! 💛💙❤

Texto por seu companheiro, parceiro e amado filho.

Rudá Rocha.

A Zé da Macuca nossa gratidão por tudo que plantou aqui . A família os nossos sinceros sentimentos.

Amannda Oliveira

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