O filme experimental A Dança de Júlia, uma realização do coletivo independente La Sangre Mamute Produções, se prepara para viajar até o Ceará. Isso porque o curta-metragem, dirigido por Igor Lopes, foi selecionado para a sexta edição do Festival de Jericoacoara - Cinema Digital, que será realizado entre os dias 7 e 13 de junho. O filme compete na Mostra Competitiva de curtas.
Protagonizado por Raquel Santana, o filme conta a história de Julia Pastrana, que sofria de uma síndrome chamada de hipertricose (excesso de pelos). Nascida em 1834, em Sinalo, no México, Julia tinha várias partes do corpo cobertas de pelos e apresentava traços simiescos, como grandes gengivas e orelhas protuberantes. Com o título de “mulher-macaco”, a mexicana foi levada aos 20 anos aos Estados Unidos pelo empresário Theodore Lent, de acordo com noruegueses que estudaram o caso.
Depois, Julia acabou abraçando a carreira artística, apresentando-se em circos de horrores na Europa. Morreu em 1860, em Moscou, por complicações no parto. O bebê também faleceu. O corpo de Julia foi mumificado a mando do empresário dela e do marido e ficou na Noruega. Só em 2013, após mais de 150 anos, o corpo da mexicana foi enterrado dignamente. O funeral se deu na sua cidade natal, após longa batalha pela repatriação iniciada nos anos 80.
A Dança de Júlia foi feito de forma totalmente independente pelo coletivo de artistas pernambucanos La Sangre Mamute Produções, formado por profissionais de áreas como artes visuais, teatro, cinema, jornalismo, relações públicas e tecnologia. Além da direção, Igor Lopes assina também o roteiro. As imagens e a montagem são de Natália Lopes e a direção de arte é de Carol Lopes.
Túlio Vasconcelos
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