A Região do Agreste detém uma riqueza histórica ainda pouco desvendada no turismo pernambucano, seja pelo próprio desconhecimento ou pela falta de estrutura para abrigar grupos de visitantes. Iniciativa financiada com investimentos do Funcultura, trabalha a adequação de um desses importantes espaços: o Museu Histórico do Brejo da Madre de Deus, em casarão colonial edificado no Século XIX, todo revestido de azulejos portugueses.
“O município do Brejo, localizado no Agreste Central do Estado de Pernambuco e, por sua proximidade ao maior teatro ao ar livre do mundo, o de Nova Jerusalém em Fazenda Nova, um de seus distritos, atrai o interesse e a curiosidade de pesquisadores, historiadores, turistas regionais, nacionais e internacionais”, destaca a arquiteta Marina Russell Brandão Cavalcanti, coordenadora do projeto.
O prédio passa por projeto de acessibilidade, conforme Lei nº 7.853/89 e o Decreto nº 3.298/99 responsável pela política nacional para integração da pessoa portadora de deficiência. Apesar de ainda haver muito para se adaptar às normas e exigências em espaços públicos, muitas organizações vêm tentando se adequar e o Museu Histórico é um deles. O projeto é coordenado pela arquiteta Marina Russell Brandão Cavalcanti e envolve estudos de viabilidade ao acesso de portadores de deficiência física do Museu, que possuía uma entrada pelos fundos e plantas arquitetônicas anteriores que incluíam rampas e corrimão para acesso ao corpo principal do térreo do museu. Contudo, a passagem foi eliminada por uma construção irregular a partir de 2007, o que inviabilizou sua realização como constam nas plantas datadas de 2006.
O espaço foi fundado em 1977 por Dulce Souza Pinto em um sobrado colonial, com o apoio da população local, com o nome de "Museu Sobrado Colonial" e, a partir de 1991, tornou-se o "Museu Histórico do Brejo da Madre de Deus". A edificação representa o único museu do interior de Pernambuco montado nos padrões museológicos e o único a dispor de acervos arqueológicos e paleontológicos resgatados em pesquisas no município, realizadas pela Universidade Católica de Pernambuco.
O prédio abriga não só peças de personagens da história do município como peças de artesanato local. Este é um importante acervo de aproximadamente 1000 peças, organizadas em exposições correspondentes aos períodos colonial e pré-histórico, bem como, à paleontologia local. E com a iniciativa poderá ser conferido por um volume maior de visitantes, uma vez que o único acesso ao local não está configurando de acordo com as diretrizes de acessibilidade. “Devido à importância histórica do prédio e de seu acervo e, para que possa atender as normas vigentes quanto à acessibilidade, principalmente em locais públicos especialmente em bens tombados, este projeto virá atender a uma necessidade urgente viabilizando, no futuro, a execução de novos projetos culturais e de restauro para disponibilizar ao público, acesso às dependências do museu e as informações de seu vasto e importante acervo. Esta possibilidade ainda poderá abrir o leque para que possa criar um caminho de auto-sustentabilidade financeira visto ser atualmente um museu municipal em um imóvel tombado pela Fundarpe”, destaca Marina.
Ivelise Buarque
0 Comentários