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Com 10 mil espécimes, jacaré do papo amarelo está ameaçado

O zootecnista Jair Azevedo mostra a barriga amarelada que deu o nome do jacaré do papo amarelo (Foto: Divulgação/ Parque Zoobotânico Arruda Câmara)

A barriga esbranquiçada, meio creme, deu o nome ao jacaré do papo amarelo, réptil que habita do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, além de Argentina, Uruguai e Paraguai. A espécie Caiman latirostris está ameaçada de extinção. Não à toa, já que seu habitat, no Brasil, é o litoral brasileiro, área mais povoada do país. Com o crescimento desenfreado das grandes cidades na região, o desmatamento da Mata Atlântica, só restou para os animais o abrigo das reservas.

Para Jair Azevedo, zootecnista do Parque Zoobotânico Arruda Câmara, de João Pessoa, é difícil reintroduzir o animal nascido em cativeiro ao seu habitat natural, já que as pessoas são capazes de atacar o jacaré com medo dele.  “Ele vive sob estresse porque está atualmente em regiões populosas. Muitas vezes, é o medo das pessoas que faz com que o  número de animais diminua”, comenta.
Porém, o medo é injustificável, de acordo com o zootecnista. Isso porque, exceto na época de reprodução, o jacaré do papo amarelo é uma espécie inofensiva. Sua alimentação inclui peixes, pequenos mamíferos e aves aquáticas. Jair destaca a importância da espécie para o meio-ambiente: "A partir do momento que ele desaparece, há um desequilíbrio. As presas se multiplicam mais do que deveriam".
A reprodução do jacaré do papo amarelo acontece entre janeiro e abril. A cada ninhada, a fêmea põe de 20 a 40 ovos. A partir dessa quantidade, apenas um filhote chega à vida adulta. “Apesar de o jacaré de papo amarelo não ter predadores naturais na vida adulta, enfrenta muitos perigos antes disso, como os guaxinins, que comem seus ovos”. O zootecnista explica que o animal tem hábitos crepusculares, saindo para caçar ao entardecer. Por não conseguir produzir energia para aquecer o próprio corpo, passa o dia tomando sol.
Atualmente, estima-se que existam cerca de 10 mil jacarés do papo amarelo em todo Brasil, sendo que a maioria se encontra no Nordeste. “Como é a região mais quente do Brasil, é mais comum eles ocorrerem aqui. No sul, os jacarés são cada vez mais raros”, alerta Jair. A ocupação do litoral brasileiro tem contribuído para o desaparecimento do animal.
Assim como em outros estados brasileiros, os biólogos e até criadores comerciais na Paraíba estão trabalhando para preservar a espécie. Só no zoológico de João Pessoa, nasceram cerca de 150 jacarés nos últimos 20 anos. “Até agora, conseguimos soltar na natureza cerca de 100 animais. Apesar dessa marca, os especialistas estão diminuindo o ritmo da devolução dos animais à natureza. É preciso fazer um mapeamento do habitat dos animais, para que se evitem os encontros entre jacarés e seres humanos, cada vez mais comuns graças ao ritmo de ocupação", completa Jair.
Informações: Globo Ecologia

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