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Ações de combate à irregularidade no leite serão intensificadas em todo País

Objetivo da fraude do leite era de aumentar o volume com água e tentar manter os padrões do “leite”
Foto: Governo do Ceará
Após a descoberta de adulteração em cerca de 600 mil litros de leite no Rio Grande do Sul, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento intensificou a coleta de amostras do produto no estado. Foram 3,2 mil coletas desde junho do ano passado. As análises agora serão intensificadas no resto do País para detecção de ureia. 

A fraude tinha como objetivo aumentar o volume com água e tentar manter os padrões do “leite”, neste caso a proteína, através da adição da ureia. De acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), os transportadores lucravam 10% a mais do que os 7% já pagos sobre o preço do leite cru, em média R$ 0,95 por litro.De acordo com investigação deflagrada pelo Ministério Público do estado e o Ministério da Agricultura, cinco empresas que realizavam transporte de leite no Rio Grande do Sul são suspeitas de adicionar a substância antes de realizar a entrega à indústria. Ao todo, foi encontrada presença de formol em lotes das marcas Italac, Líder, Mumu e Latvida.

O Ministério também confirmou que outros estados serão investigados para saber se também houve adulteração no processamento do leite comercializado no País.
Segundo o Ministério Público estadual, até o momento, oito pessoas foram presas. Durante o cumprimento dos 13 mandados de busca e apreensão, foram recolhidos diversos caminhões utilizados no transporte do leite, cerca de 60 sacos de ureia, R$ 100 mil em dinheiro, uma régua com a fórmula utilizada para medir a mistura adicionada ao leite, revólveres e pistolas, soda cáustica, corantes, coagulantes líquidos e emulsão para obtenção de consistência, entre outros produtos e documentos.
Foram seis lotes implicados que passam por recall, mas pode ter ainda, em determinado local desse País, a oferta desses lotes que não são seguros. Por isso, está disponível a numeração dos lotes retirados do mercado pela presença de formaldeído.
No Brasil, o trabalho do Programa Nacional de Combate à Fraude no Leite vem sendo aperfeiçoado desde 2007, contemplando ações fiscalizatórias com foco em verificação de indícios de fraude e coletas oficiais de amostras (cerca de quatro mil por ano). Desde 2003, o Programa Nacional de Combate à Fraude no Leite (PCFL), do Ministério da Agricultura coleta amostras de leite UHT, pasteurizado ou em pó para análises e verifica possíveis fraudes na indústria, sob supervisão do Serviço de Inspeção Federal.
Em junho de 2008, ação conjunta dos ministérios da Agricultura e da Justiça e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) resultou na criação do Centro Integrado do Monitoramento da Qualidade do Leite (CQuali-Leite). Seu objetivo é direcionar ações específicas de cada órgão na fiscalização e fortalecimento de medidas preventivas e combate à fraude, para garantir a segurança alimentar.
A partir da detecção dos indícios de ureia no ano passado, o Ministério vai direcionar ações para este foco. O trabalha agora será traçar um padrão de ureia que permita identificar desvios da faixa de normalidade, tendo em vista que o composto nitrogenado é um componente natural do leite.
Fonte: Governo Federal

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