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Situação dos Campos da UPE em Garanhuns e Arcoverde deixa deixa alunos frustrados e ensino prejudicado.


Uma matéria publicada no Jornal do Comércio nos chama a atenção para uma realidade que tem se alastrado pelo estado: cidades festejam a chegada a Universidade de Pernambuco (UPE)) e pouco tempo depois, a euforia é substituída pela frustração.
Em Garanhuns, a população comemorou a vinda da Faculdade de Medicina para a cidade, mas os alunos amargam com a falta de estrutura.
Em Arcoverde, o mesmo acontece com os alunos que cursam a faculdade de direito e odontologia, dois dos cursos que mais levavam estudantes a morar em outras cidades como Caruaru e Recife.

Confiram a matéria:

Os 39 alunos da primeira turma de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE) de Garanhuns, no Agreste, estão frustrados. Foram aprovados no curso mais concorrido do vestibular realizado ano retrasado. Encararam concorrência de 54,2 candidatos por vaga. Começaram a graduação em setembro de 2011 e sofrem com falta de estrutura. Cansados de esperar providências, ingressaram este mês com uma ação civil pública no Ministério Público Estadual contra a universidade. O pedido de socorro dos calouros de medicina é o mesmo de estudantes de outras áreas da UPE, sobretudo os que estão nos cursos criados recentemente, como odontologia e direito, em Arcoverde, e nutrição, em Petrolina. Ausência de laboratórios, quadro defasado de professores e funcionários, bibliotecas desatualizadas e precária assistência estudantil são alguns dos problemas enfrentados pelos discentes.

Prestes a completar 21 anos, a UPE conta com aproximadamente 21 mil alunos, sendo 15 mil nas 44 graduações. É a única instituição pública estadual de ensino superior, ou seja, mantém-se com recursos do governo do Estado. A notícia de novos câmpus em Palmares, na Zona da Mata, e Serra Talhada, no Sertão, preocupa quem já está na universidade. “Sempre sonhei em estudar medicina. Quando soube do curso em Garanhuns, fiquei feliz, pois poderia estudar na minha cidade. A interiorização da UPE é importante, mas tem que ser feita com responsabilidade. Não deveriam ter iniciado o curso de medicina, se não havia infraestrutura”, reclama Kaio Galindo, 20 anos, um dos 39 alunos da primeira turma de medicina. 

A graduação começou com atraso em relação aos demais cursos da UPE porque não havia professor para lecionar. Em vez de concurso público, os docentes foram recrutados por meio de seleção simplificada e contratados temporariamente por dois anos, com salários pouco atrativos (R$ 1.500 em média para medicina). O mesmo ocorreu com os professores do câmpus de Arcoverde. O sinal de alerta está aceso: se não houver concurso ou nova seleção urgente, as aulas do segundo semestre de 2012, quando as atuais turmas estarão no 3º período, deixarão de ser ministradas porque não há professor. 

Durante o primeiro ano de faculdade, os estudantes de medicina viajaram 230 quilômetros de Garanhuns para o Recife para assistir a uma aula de anatomia, pois o laboratório de lá não tinha peças (cadáveres) para a disciplina. Dos 20 microscópios, mais da metade está quebrada. Com os alunos de odontologia de Arcoverde também foi necessário percorrer 252 quilômetros, no ônibus da UPE, para a capital pernambucana para ter atividade de anatomia. A falta de um prédio próprio é outro problema pelo qual passam os estudantes de Arcoverde. Começaram as aulas na autarquia municipal. Estão se mudando para uma escola estadual, onde ficarão até que o edifício definitivo seja construído, o que ainda não tem data para ocorrer. “A ausência de estrutura inviabiliza o desenvolvimento de projetos, como por exemplo a criação de uma câmara de mediação”, observa Amanda Lemos, 18, do 2º período de direito de Arcoverde. 

Criado em 2007, o câmpus de Caruaru funciona no Centro comercial da cidade e oferece os cursos de administração e sistemas de informação. Por mês, o Estado paga aluguel de R$ 40 mil para usar o espaço. Os dois laboratórios de informática dispõem de máquinas que não atendem às necessidades da maioria dos alunos. “Temos ótimos professores, mas a infraestrutura é precária. Deveríamos dispor de internet mais rápida e computadores mais potentes, pois estudamos tecnologia. Já aconteceu de o micro travar durante provas porque a máquina não suportou os programas”, conta Denney Wesley, 20, do 3º período de sistemas de informação. “Não há condições de fazer práticas, pois não temos laboratórios nem material”, reclama Moara Mendonça, 19, do 4º período de nutrição de Petrolina. “Com o bom desenvolvimento de Pernambuco, o governo deveria investir mais na UPE, especialmente em programas acadêmicos e de pesquisa”, ressalta João Neto, 19, do 2º período de engenharia mecânica da Escola Politécnica.

Fonte: NE 10

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