O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) é um dos alvos preferidos dos internautas. O ex-governador do Rio concluiu na semana passada um malabarismo com o inimigo político Cesar Maia para se lançar candidato ao Palácio Guanabara em 2014 com o apoio do DEM, partido do ex-prefeito. Mas terá um osso duro de roer pela frente. Se entre os políticos tudo é perdoado, Garotinho terá que se desdobrar para apagar da memória dos eleitores que, em agosto de 2010, foi condenado a dois anos e seis meses de reclusão por formação de quadrilha. Há outros exemplos no Rio de Janeiro, que encabeça a lista da Polícia Federal de Estados com maior número de crimes eleitorais. Nos últimos quatro anos foram 3.409 casos. Entre eles o do prefeito de Campos, Alexandre Mocaiber, e três secretários municipais, que foram afastados pelo Ministério Público Federal do Rio pelo favorecimento de empresas contratadas sem licitação pública.
Mas, em São Paulo, foi justamente uma licitação que levou o ex-governador José Serra e o governador Geraldo Alckmin para as páginas do Google Maps. Os vencedores da concorrência para os lotes 3 a 8 da linha lilás do metrô, aberta em outubro de 2008, mas divulgada somente em outubro de 2010, já eram conhecidos há muito tempo. Em abril, a “Folha de S. Paulo” registrou os nomes dos ganhadores em cartório e esperou o anúncio oficial. Naturalmente, a estatal paulista e os consórcios negaram qualquer fraude. Em outro exemplo, o caso da máfia da merenda em São Paulo igualou petistas e tucanos. O MP do Estado investigou supostos pagamentos de propina na prefeitura paulista, que teriam ocorrido na gestão de Marta Suplicy, José Serra e, mais tarde, na de Gilberto Kassab, atual presidente do PSD.
O recorde pessoal de citações pertence ao ex-ministro Antônio Palocci. Entre outros casos ele ainda é acusado de ter direcionado a licitação de cestas básicas, na prefeitura de Ribeirão Preto, ao exigir molho de tomate com ervilha. Também é apontado pela violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, fato que levou à queda de Palocci do ministério da Fazenda no governo Lula. Recentemente, a multiplicação de seu patrimônio por 20 em quatro anos tirou-o do governo Dilma Rousseff.
O Mapa da Corrupção é bem mais amplo. Vai do desfalque de R$ 1,7 bilhão do programa de distribuição gratuita de remédios, em Barão de Cotegipe, no Rio Grande do Sul, à denúncia de que existe uma quadrilha no legislativo do município cearense de Ibaretama. Também são citados o mensalão do PT, o escândalo da CBF e a demissão de ministros de Dilma. O Mapa, portanto, é um mecanismo essencial para os eleitores. Raquel Diniz teve a ideia de criar o banco de dados sobre falcatruas de políticos depois de uma temporada de dois anos na Espanha. Ela ficou surpresa com a enorme mobilização dos espanhóis contra medidas do governo. “A indignação teve o suporte das redes sociais. Aqui, o mapa vai ajudar o eleitor a saber se um candidato está envolvido ou não em algum caso de corrupção”, diz.
FONTE: ISTO É INDEPENDENTE
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