Na Assembleia Legislativa de Pernambuco entraram em tramitação, este ano, três projetos de lei complementar do deputado Everaldo Cabral (PTB) para incluir os municípios de Escada, Goiana e Sirinhaém na Região Metropolitana do Recife (RMR). Ao mesmo tempo, a Casa aguarda resposta para uma indicação do deputado Tony Gel (DEM), que pede a criação da Região Metropolitana do Agreste. Ela seria formada por Caruaru mais oito cidades limite.
As cidades membros de regiões metropolitanas são destinos prioritários de políticas públicas para áreas como segurança, saneamento básico. “Elas também têm maior facilidade para obter recursos privados e governamentais. E isso não é pouca coisa”, comentou o presidente da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa, Antônio Alexandre Silva. Em Pernambuco, por exemplo, há o Fundo de Desenvolvimento da Região Metropolitana que, apenas este ano, deve movimentar R$ 70 milhões.
Esses municípios contam, ainda, com um sistema integrado de transporte. “Os trabalhadores de Escada e de Sirinhaém poderiam ter melhor acesso ao polo de Suape”, afirmou Everaldo Cabral. E a ideia de melhoria no serviço de transporte público de Escada agradou ao microempresário Danillo de Oliveira, que mora no Recife desde 1996. “Saí de Escada para estudar. Vir e voltar todos os dias, além de cansativo, era perigoso”, explicou. Atualmente ele emprega cinco pessoas da sua cidade natal. “A inclusão da cidade na RMR levaria mais qualidade para minha região, além de facilitar o acesso das empresas aos profissionais que residem lá.”
A mesma vantagem é destacada pelo deputado Tony Gel ao falar sobre a possível Região Metropolitana do Agreste. “Caruaru cresceu muito e as cidades ao redor também. Esse projeto beneficiaria tanto os moradores quanto as empresas que foram para a região”. Entretanto, para ele, no caso de Caruaru, o maior retorno seria um “crescimento planejado”. O projeto, porém, não é novo. Foi apresentado pela primeira vez em 2006 pela então deputada estadual Miran Lacerda (DEM), esposa de Tony Gel. Na época, recebeu parecer negativo do governo. O mesmo ocorreu com a proposta para incluir Escada na RMR, apresentada por Everaldo Cabral.
Governo tem opinião contrária
As proposições dos deputados Everaldo Cabral (PTB) e Tony Gel (DEM) estão paradas na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, onde aguardam parecer da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa. Tudo indica que não devem seguir adiante.
De acordo com o presidente da Agência, Antônio Alexandre, no caso de Escada, Sirinhaém e Goiana “não há indícios de conurbação”. “Entre essas cidades não há um corredor de habitações, indústrias ou comércio. Há, sim, grandes áreas agrícolas. Isso pode mudar daqui a 20 anos, mas uma Região Metropolitana não é criada, é reconhecida”, avaliou. A mesma visão é adotada para Caruaru.
Para a urbanista Virgínia Pontual, não há sentido “aumentar” a Região Metropolitana do Recife. “Isso torna a região mais complexa e difícil de administrar. É mais interessante pensar em destinar recursos para essas cidades. Apenas fazer parte da RMR não significa ter melhorias”, advertiu. Ela também é contra a criação da Região Metropolitana do Agreste: “Metrópole é diferente de polo. Caruaru é um polo de desenvolvimento. É uma proposta precipitada.”
Fonte: Diário de Pernambuco
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