Por JB Costa
Hoje chamam de "ficar"(seja lá o que signifique tal expressão). No meu tempo era namorar.
Primeiro a troca de olhares inebriados, fazendo o coração acelerar a mil, depois o bilhetinho acompanhado do 3x4" e a indefectível pergunta: "Quer namorar comigo?" O reforço para o apelo muitas vezes ecoava pelas madrugadas frias através das serenatas, cujo reportório traduzia a emergência de mais um apaixonado na praça.
O primeiro encontro geralmente dava-se na pracinha. Se a deusa retribuisse com um retrato seu o namoro tacitamente estava firmado. Mas isso era exceção. O de práxis era o suspense que fazia a pretendida(valorizar-se, não é mesmo?),o que atiçava ainda mais a paixão do Romeu. E tome mais bilhetinhos com poesias líricas e apaixonadas.
Rendida a Julieta, o ritual a seguir era o do primeiro contato corporal. O simples toque de mão carecia de rituais só comparáveis à posse da Rainha da Inglaterra. Após feito, as mãos entrelaçadas seria o sinal para a cidade e para o mundo que havia dois apaixonados na praça. O beijo? Demoraria ainda um certo tempo e muitas vezes o primeiro era "roubado".
Agora dramático mesmo era o fim do namoro de forma unilateral. À donzela, caso fosse preterida, restava enxaguar as lágrimas ouvindo melosas canções na radiola ou vitrola. O contrário, ou seja, o "fora" dado no marmanjo tinha por consequência homéricos porres (se houvesse idade) e a contratação de cancioneiros para, à luz da Lua, traduzir a dor de um coração partido. Em ambos os casos, havia a devolução das fotos e das singelas cartinhas ou, se o motivo fosse traição, eram destruídas pelo fogo o que nasceu por outro: o fogo da paixão e do Amor.
Dedico essas músicas a minha primeira e eterna namorada. Aquela que um dia pelo final da década de setenta fez acelerar um coração solitário, hoje não tão jovial, mas ainda pulsante pela paixão.
1 Comentários
As coisas não são mais como antes!
ResponderExcluirMas eu ainda sou como antigamente!
Ainda acredito muitoooo no AMOR!!!
Amar é... kkkkk
:D