Foto: Amannda Oliveira |
A história de uma cidade é sedimentada pela vida de personagens cuja simplicidade e singularidades fizeram a diferença. E toda história precisa de apaixonados que cuidem dela.
José Leite Duarte nasceu em Custódia e desde jovem veio para Arcoverde trabalhar no Serviço de Alto-Falantes Bandeirante, a primeira difusora instalada em Arcoverde.
Começou a trabalhar no Cinema Bandeirante localizado na Praça da Bandeira em 1.º de junho de 1947. Em 1948 ganhou o apelido de Rocky Lane por incorporar e parecer fisicamente com o personagem americano de filmes de cowboy.
Rocky Lane era a cara dos tempos áureos de um Arcoverde que se perdeu no tempo, do gigante Cinema Bandeirante descrito por ele no livro “ História do Cinema Bandeirante” que trouxe a luz detalhes sobre os seus fundadores, pessoas da sociedade arcoverdense, os filmes que por lá desfilaram e até mesmo, os artistas.
Histórias que se misturam com a sua vida. O Cinema Bandeirante foi para Rocky Lane, trabalho, casa, escola, os sonhos, a vida...
No dia 09 de dezembro de 2010no lançamento de seu livro, os olhos marejados pela emoção refletiam num brilho intenso a saudade que o gigante deixou na sua alma e que o tempo não conseguiu apagar.
Saudade de métade de uma vida vivida em rol de uma paixão: o cinema. E do banco da praça em meio a abraços e autógrafos, os olhos buscavam constantemente na paisagem atual o amor dos tempos áureos que o vento levou. Memórias de uma vida inteira.
Em 1980 quando o cinema foi vendido, os compradores levaram não apenas um prédio com cadeiras, mas o sorriso e os sonhos de um homem que desde então o disfarçava como ele mesmo disse para parecer alegria de um coração que chorava por dentro.
Na noite dia 26 de abril de 2011, Rocky Lane , testemunha ocular apaixonada pelo cinema se despediu das telas da vida deixando para nós o exemplo de que amores verdadeiros morrem conosco e o vento não nos consegue tirar.
Amannda Oliveira
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