Foto: Emerson Thiago
A noite desta quinta-feria na Livraria Lira Cultural, foi marcada pela poesia do paraibano José Nunes Filho o Zé de Cazuza. O poeta veio a Arcoverde para o lançamento da terceira edição do seu livro Poetas Cantadores, com participação dos filhos: Antenor Cazuza e Felizardo Moura. Os números não são oficiais, mas não há notícias de que exista outra pessoa com mais versos poéticos na cabeça do que Cazuza. Conhecido como: O gravador humano, apelido adquirido por justa causa, no tempo em que era privilégio de poucos possuírem um aparelho tecnológico capaz de gravar voz e som de uma só vez.
Foto:Emerson Thiago
Os dois retratos (Zé de Cazuza)
Sabe o que ficou pra mim
De mãe que nunca me esqueço
Um retrato do começo
E o retrato do fim.
Ambos agradam a mim,
Embora os veja sem gosto,
Um mostra rugas no rosto,
O outro tão diferente,
Um parece o sol nascente,
Outro parece o sol posto.
O meu livro poetas encantadores
contém um elenco fora de série
dos maiores cantadores do passado,
e dos atuais, onde citarei alguns versos dele,
Mote dado a Manoel Xudu:
Quanto é grande o poder do Criador. Que fabuloso improviso:
Analise o caju e a castanha,
São os dois pendurados num só cacho,
Bem unidos, um em cima, outro embaixo,
Porém tendo um do outro a forma estranha,
Dela, extrai o azeite, o sumo, a banha,
Dele, o suco pro vinho e o licor,
Quando ambos maduros mudam a cor
Ele fica amarelo e ela escura,
Mas o gosto dos dois não se mistura,
Quanto é grande o poder do CRIADOR.
Amannda Oliveira
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