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Ordem do Mérito Cultural premia a diversidade cultural brasileira


Na noite dessa segunda-feira (9), o Palácio do Planalto, em Brasília, testemunhou momentos de poesia, música e manifestações culturais das mais diversas. A ocasião foi a cerimônia de entrega da maior condecoração da cultura brasileira, a Ordem do Mérito Cultural (OMC) 2015. Por cerca de 2h, foram prestadas homenagens e entregues as insígnias aos agraciados, divididas em três classes – Grã-Cruz, Comendador e Cavaleiro. O homenageado especial desta 21ª edição da OMC foi o ensaísta, poeta e tradutor brasileiro Augusto de Campos, um dos criadores do movimento nacional da poesia concreta.
 
A cerimônia contou com a presença da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Cultura, Juca Ferreira, que ficaram responsáveis pela entrega das condecorações. A presidenta enalteceu a importância de cada um dos premiados no desenvolvimento da cultura brasileira. "Vocês representam o melhor da nossa tradição e vanguarda. Vanguarda e tradição. Assim mesmo, tudo junto, tudo misturado na riqueza da nossa cultura".
 
O ministro Juca Ferreira ressaltou que a OMC revela a extensa e rica diversidade e a enorme variedade de talentos individuais e de ações coletivas que o País é capaz de produzir. "São muitos Brasis aqui presentes. Muitos, talvez, desconheçam a existência de outros, de tão plural que é a nossa natureza. Tão cheia de surpresas e revelações", destacou, durante seu discurso.
 
Juca Ferreira também enalteceu o homenageado da noite, o poeta Augusto de Campos. "O Ministério da Cultura do Brasil vem neste ato reconhecer o inestimado valor de sua produção para a cultura brasileira. Em mais de seis décadas, Augusto nos enriqueceu com poemas, livros, músicas e traduções", afirmou o ministro.  
 
Segundo Augusto de Campos, a emoção com a homenagem é redobrada por recebê-la das mãos da presidenta. "(Recebo), acima de tudo, como um gesto cívico de solidariedade para esta que sempre vi como uma heroína na luta pela democracia nos abomináveis tempos da ditadura e, neste momento, vejo resistir com a mesma firmeza e coragem àqueles que intencionam ingloriamente malferir a integridade das nossas instituições democráticas", afirmou o poeta.
 
Alinhado ao posicionamento de outros premiados, Campos ressaltou ainda a importância do respeito à diversidade e às diferenças. "Nós, brasileiras e brasileiros, vivemos, sem dúvida, um momento especial. Estamos diante da tarefa de continuar trilhando o caminho da democracia, o caminho da tolerância, do respeito às diferenças, da consciência democrática e solidária. Vocês, agraciados pela Ordem do Mérito Cultural, são fundamentais para o sucesso dessa tarefa", completou.
 
Confira alguns dos agraciados:


Davi Kopenawa Yanomami, o  xamã (sacerdote) amazonense nasceu na comunidade Yanomami, na fronteira entre Amazonas e Roraima com a Venezuela. Nas décadas de 1990 e 2000, defendeu a criação do primeiro distrito de saúde indígena. Sua biografia A Queda do Céufoi publicada originalmente em francês e tornou-se best seller na Europa. Foi ameaçado de morte por causa da sua luta pelos direitos dos indígenas e pela proteção da terra Yanomami contra a invasão garimpeira. 


As irmãs Indaiá, Maroca e Poroca, as Ceguinhas de Campina Grande, começaram a cantar antes dos sete anos nas ruas dessa cidade paraibana. O reconhecimento do trio formado por Francisca Conceição Barbosa (Indaiá), Maria das Neves Barbosa (Maroca) e Regina Barbosa (Poroca) veio em 1999, com lançamento do documentário A pessoa é para o que nasce, que conta a vida delas.

João Oliveira dos Santos, mais conhecido como Mestre João Grande, nasceu em Itagi (BA). Começou na capoeira pelos ensinamentos de Vicente Joaquim Ferreira Pastinha (Mestre Pastinha). Com mais de 60 anos de dedicação à capoeira angola, Mestre João Grande percorreu vários países da Europa, África e América do Norte com o Grupo Viva Bahia.
 

Mãe Beth de Oxum, é ialorixá do Terreiro Ilê Axé Oxum Karê, em Olinda. Coordena diversos projetos na cidade, como o Núcleo de Formação de Agentes de Cultura da Juventude Negra, que trabalha na formação da juventude negra, e o Ponto de Cultura Coco de Umbiagada. Integra a Comissão Nacional dos Pontos de Cultura – GT Matriz Africana e é conselheira do Colegiado de Cultura Afro-Brasileira do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC). 


Rolando Boldrin, nascido em São Joaquim da Barra, interior de São Paulo, o ator Rolando Boldrin iniciou a carreira profissional aos 22 anos como figurante de teleteatros na TV Tupi. Fez centenas de atuações em rádios, teleteatros, novelas, teatros e cinemas. Como ator, nunca se separou do seu violão. Compôs músicas, gravou discos, fez shows e participou de grandes festivais. Atualmente, faz musicais com o programa Sr. Brasil, no ar desde 2005 na TV Cultura.

Informações: MINC

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