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Música pernambucana de luto. Morre o Mestre Camarão

Foto: Amannda Oliveira

Mestre Camarão sai dos palcos aos 74 anos


Morreu na manhã desta terça-feira (21), aos 74 anos, Reginaldo Alves Ferreira, mais conhecido como Mestre Camarão, um dos maiores sanfoneiros de Pernambuco. 
Camarão que tinha sérios problemas renais e fazia hemodiálise, estava internado há seis dias no Hospital Santa Joana, no Recife, onde tratava uma infecção intestinal e após uma grave queda de pressão o coração não resistiu. 


O corpo de Camarão chegou à Câmara pouco antes das 19h. Os sanfoneiros Cezzinha, Beto Hortis e Ítalo Costa homenagearam o mestre, tocando durante a cerimônia. Outros artistas, como Cristina Amaral e Geraldinho Lins, também estiveram no plenário, para dar apoio à família. O músico e compositor será sepultado às 14h, no Cemitério Dom Bosco, em Caruaru, após velório na Câmara de Vereadores.

Camarão nasceu em Fazenda Velha, Brejo da Madre de Deus, em 23 de junho de 1940. Radicado no Recife há 25 anos, ele vivia de shows e das aulas de sanfona que ministrava na sua Escola Acordeom de Ouro, no bairro de Areias, na Zona Sul do Recife. Foi professor de sanfoneiros como Cezzinha e Targino Gondim.

Camarão era casado com Maria da Penha e deixou quatro filhos - Salatiel, Sérgio, Sandro e Tadeu. O artista foi nomeado Patrimônio Vivo de Pernambuco, por meio da Lei estadual nº 12.196, de 2 de maio de 2002. 

Trajetória 

O Mestre Camarão informa que ele aprendeu a tocar sanfona observando os movimentos do pai, o sanfoneiro Antônio Neto, e se aperfeiçoou ouvindo Luiz Gonzaga e estudando os métodos de Mário Mascarenhas. Iniciou a carreira artística em Caruaru, onde tocava nas feiras e festas da região.

Aos 18 anos, conheceu Luiz Gonzaga, com quem participou de 28 gravações, entre discos long plays,78 rotações e CDs. Camarão formou com os músicos Jacinto Silva e Ivanildo Leite seu primeiro conjunto musical, o Trio Nortista e, em 1968, criou a primeira banda de forró do Brasil, a Banda do Camarão, e ainda a Orquestra Sanfônica de Caruaru.

Seu repertório era composto por ritmos regionais como o xote, o xaxado, o baião, o forró e o arrasta-pé. Mestre Camarão costumava a acompanhar grandes nomes da música nordestina, como Dominguinhos, Santanna, Marinês, entre outros.

Em 1961, representou Pernambuco junto com o mestre Vitalino no primeiro aniversário de Brasília, a convite do então presidente da República, Jânio Quadros. Em 2002, foi a São Paulo apresentar-se no projeto Sanfona Brasil. Em 2004, participou do projeto O Brasil da Sanfona.

Neste mês de Maio Camarão lançaria o seu primeiro intitulado “Mestre de um Brejo Distante” em comemoração aos seus 65 anos de carreira, divulgando, ensinando, tocando a música popular nordestina e os nossos corações.

Amannda Oliveira

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